sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Valsa da Despedida.....Adeus Ano Velho...Feliz Ano novo

Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo, Que tudo se realize no ano que vai nascer, muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender.

Eu adoro Reveillon! vestir branco, andar pelas praias da minha velha Salvador, ver o pôr do sol na baia de Todos os Santos, ver o balanço das águas e pensar neste eterno vai e vem, neste eterno  retorno....

O dia 1 vai chegar e com ele,  no Porto da Barra,  veremos como sempre a galiota Gratidão do Povo levando o Bom Jesus os Navegantes para fazer seu caminho pelas águas, os marinheiros vão remando e levando até a praia da Boa Viagem! a galiota me lembra um berço suavemente pousado sobre as  águas. Lindo!!!

Hoje eu não estou com muita vontade de escrever, nos veremos no próximo ano, temos muito para conversar. Até mais! Feliz no Novo!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Hoje, apenas um pouco de poesia, um pouco de Drummond.





"Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais : meu amor.
Porque o amor resultou inútil
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco."
(fragmento de " Os Ombros Suportam o Mundo")

É muito mais com a poesia, do que com a prosa, que Drummond se perpetua como o grande escritor brasileiro do século XX.
Com uma linguagem direta ou metafórica, na busca do passado ou do presente, com cenário mineiro ou sem limites geográficos, o que há em Drummond, reunindo seu desencanto, sua ironia, seus temas provincianos e universais, sua objetividade e subjetividade, é um fio aglutinador que podemos caracterizar como sendo a preocupação com o tempo.

Voltar ao passado  e/ ou presente parece ser sua maneira de detectar o futuro. E em toda sua trajetória, a reflexão sobre qualquer tema recai sobre o tempo:

"Tão estranho crescer, adolescer
com alma antiga, carregar as coisas
que não se deixam carregar.
A indelével casa me habitando, impondo
sua lei de defesa contra o tempo."
(fragmento de "A Casa sem Raiz" )

Diante da poesia de Drummond o que  nos resta ? apenas contemplar, pensar, sentir, pensar, sentir e nada mais!

sábado, 27 de novembro de 2010

A Narrativa de R.Nascimento ou Tropa de Elite 2,um conceito literário para o cinema.

   "Sei que parece cliché de filme americano, mas é na hora da morte que a gente entende a vida.Já mandei muito vagabundo pra vala, político pra cadeia, mas não era nada pessoal. Missão dada é missão cumprida" (Cel. R.Nascimento)

    Verdadeiramente, não faltam adjetivos para expressar o que sentimos diante do filme Tropa de Elite 2. Juro que não me contento em dizer que o filme é: "forte", "emocionante","um  tapa na cara","legal", "bacana" e patati-patatá!  Eu sei que é  um desafio quando se fala de voz narrativa no cinema, mas vamos falar aqui, sim.

   A narrativa de R.Nascimento, tão casmurro quanto Bentinho, na sua sala no Engenho Novo, me leva a pensar a relação entre as palavras e as imagens em movimento.
   R.Nascimento é o personagem narrador, é ele quem conta sua história para nós os espectadores. A narrativa é toda marcada pelo seu olhar e há um entrelaçamento entre o narrador e a forma por meio da qual ele transmite suas experiências que repousam no nível mais profundo de sua alma. R.Nascimento não narra sua história para falar apenas da  policia, da corrupção,das milícias e da politica, há  que se narrar por meio de uma  linguagem tensa, intempestiva, mas literária, poética, cômica, dramática e sedutora. E assim, ele discute também sobre a natureza de um tempo, no qual o passado aflige a sua mente com as lembranças, o presente é torturante, o futuro não promete trazer mudanças. Por isso, ele narra num crescente desespero, empilhando metáfora sobre metáfora para descrever o seu "estado de alma", formas de sofrimento, opressões e desapontamentos.
   Embora o Roberto Nascimento seja um personagem de ficção muitas das caractristicas que atribuímos a ele são, igualmente, presentes em todos nós espectadores. Creio que para entendermos  a história do "olhar" deste narrador personagem, há que se entender que o olhar dele é o nosso olhar.
   Sabem porque nos interessa entender o olhar do personagem narrador? Não? É que não é ele sozinho quem entendeu que "o inimigo agora é outro" são  policiais, são políticos com interesses eleitoreiros, não só os traficantes de drogas. Nesse momento de retorno ao passado, não são apenas imagens que surgem à mente do narrador, são palavras, reflexões de conceitos.

   Sabe-se que o processo de rememoração se carecteriza pelo movimento de relembrar o passado visando a mudança do presente, ou simplesmente um movimento de volta ao passado numa tentativa de compreender o incompreensível. Afinal, o Tropa de Elite 2  não é um romance, é um filme, e a criação de uma obra cinematográfica utiliza outros recursos: humanos, técnicos e artísticos. No cinema, a câmera atua como amplificadora das imagens, de modo que ela revela o mundo em outra escala e desnuda a vida secreta que se tece a nossa volta  e em nós.Ai, a máquina inteligentemente, surge como um elemento demoníaco cujo horizonte é a exploração do universo marginal da policia, dos políticos  e dos traficantes.

   Não podemos e não devemos esquecer, também, a presença da intertextualidade no Tropa de Elite 2, ela alcança a tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca de William Shakespeare, e uma das mais famosas frases da literatura universal, "Ser ou não ser, eis a questão" é ai  apresentada ,cinicamente, pela corja de matadores profissionais diante do crânio da jornalista barbaramente assassinada.

   Enfim, o libelo acusatório de R.Nascimento vai tramitar no nosso imaginário até a punição dos culpados ou... Enquanto isso, vamos sonhando com a Utopia, aquela ilha de Thomas Morus, que é uma sociedade perfeita. A ilha de Utopia, abarca a sociedade ideal , inatingível que traduz um  estado de bem estar aos seres humanos.

Essa é uma obra de ficção?  Sim! mas qualquer semelhança é mera coincidência! Não esqueçam.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

1. João Cabral de Melo Neto, um autor pós-modernista

João Cabral  é para a poesia o que Guimarães Rosa foi para a prosa: ambos são considerados os mais representativos da geração de 45, revelam uma sintaxe ou uma linguagem trabalhada que chega ao requinte formal, mas na origem dessa linguagem arquitetada está o discurso do homem simples, do homem do sertão. Ambos partem da linguagem oral acrescentando a ela seus conhecimentos profundos da língua portuguesa.
O próprio Joaõ Cabral declarou que, para ele, " inspiração não funciona" isto é, sua poesia  não é escrita para falar de suas emoções  ou  para dizer da beleza dos atos. Ela é o resultado de um intenso trabalho formal, em que o poeta  reelabora o texto até atingir a forma que ele julga adequada. E eu considero o seu poema  Catar Feijão  um texto  bem representativo do seu estilo, da sua postura.  O trabalho poético de Joaõ Cabral é,  sem sombra de dúvida,  um trabalho metalinguistico. E disso é que resulta o lirismo de Joaõ  Cabral, é o lirismo que advém da luta  entre o homem e as palavras, do homem contra o individualismo romântico: poesia sobre os dados objetivos da  realidade, com uma linguagem que é arquitetada, elaborada para ser precisa, denotativa.

Catar Feijão
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo;
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e o oco; palha e eco.
Ora, nesse catar feijão entra um risco;
o de que entre os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar  palavras:
a pedra dá a frase grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a com o risco.


Bela analogia! ele, João Cabral , consegue fazer. Quem já catou feijão sabe como é,  e quem precisa  escrever um texto também sabe da angústia pela escolha e  procura da palavra precisa ,  adequada, aquela palavra  que vai  representar o  pensamento.


In.João Cabral de Melo Neto,
Antologia Poética.Rio de Janeiro,Ed.Sabiá,1967.p.16

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um escritor latino-americano

Mário Vargas Llosa
O Mário Vargas Llosa ganhou o Premio Nobel de Literatura 2010.Recentemente ele esteve aqui no Brasil e participou do evento Fronteiras do Pensamento, em Porto Alegre. A entrevista que ele concedeu a Revista Veja de 20 de outubro  foi uma " senhora entrevista.". Confessou o tanto quanto  ficou surpreso com uma ligação às 5.30 da manhã, com a noticia de que tinham lhe dado o Premio Nobel! e ai sua vida  virou um pandemônio! Bendito pandemônio, digo eu.! Faz muito tempo que eu li Conversa da Catedral e a Guerra do Fim do Mundo. Confesso que devo ler outra vez, os dois...
Dentre as perguntas que a Veja fez ao Mario Vargas  Llosa uma me fez  pensar e repensar! muito mais do que as outras. La vai a desencadeadora dos pensares...

"Como é para  um escritor, o esforço de se comunicar com as massas?
Terrível. A linguagem é preciosa para o escritor.Quando você está submerso nas massas, há muita pressão para rebaixar a fala, de forma a ser entendida pelo maior número possivel de pessoas. É preciso repetir e simplificar, simplifiar e repetir. no final, acabava traindo a mim mesmo e ao que há de mais sagrado para o trabalho de escritor.
Quando se tem que fazer cinco discursos por dia, não há como evitar cair nos clichês e na linguagem morta do politico profissional"

Mario, atualmente, é professor convidado da Universidade Princeton, nos Estados Unidos. Sua obra critica a hierarquia de castas sociais e raciais, vigentes, ainda hoje, no Perú e na América Latina.

Eu confesso que concordo com o o mesmo pensamento  sobre a linguagem. Simplificar e repetir, repetir e simplificar até o fim, até que se esvaia toda a tentativa de representação do pensamento que ela possa conter? é doloroso!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Soneto de Gregório

A sátira aos mais variados aspectos do sistema e  do poder fez de Gregório de Matos um poeta maldito, dizem,  para mim ele é  um poeta bendito ou melhor bem dito. O apelido "Boca do Inferno" refere-se a sua capacidade de provocação, à ridicularização de politicos e de religiosos e à zombaria dos que viviam para bajular e louvar os poderosos.
O aspecto satirico do poema de Gregório de Matos é um dos traços que contribuiu para "abrasileirar" o Barroco importado da Europa. Aliás aqui  houve apenas "ecos do Barroco" No soneto abaixo, Gregório descreve o que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia.

A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um bem frequente olheiro
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
Para o levar à praça e ao terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés aos homens nobres,
Posta nas palmas toda picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam, muito pobres;
E eis aqui a cidade da Bahia.


Já conhecido pela fama  da irreverência e pela boemia, Gregório foi apelidado de "Boca do Inferno" pelas sátiras que desenvolveu contra autoridades, ridicularizando-as. Caido no desagrado dos poderosos, Gregório de Matos  foi banido para Angola em 1694, permanecendo na Africa por um ano. Pobre Gregório! banido a bem da "moral"  disse: Adeus Bahia! digo: Canalha Infernal.!!



Pois é! para um bom entendendor um soneto de Gregório, basta?

domingo, 3 de outubro de 2010

Politica e Politicalha, aqui se confundem, sim!

Hoje, eu acordei bem cedo. Às 7.30 eu sai para votar em presidente da república, em governador, em senador,em deputado federal e em deputado estadual. Durante toda a campanha eleitoral eu fiquei perplexa com os discursos amorfos, com as placas fincadas nos canteiros, nos jardins, nas praças da cidade exibindo belas fotos dos candidatos com os  números e postos  políticos  a ocupar. Quanta gente  com dentes brancos lindos, todos riem! E eu penso, será que eles riem para nós ou riem de nós, hem?  Eu acho que eles riem de nós, do povo que nem sabe para que serve o voto! E vota..

Na cabine de votação eu presenciei , hoje uma cena triste! Uma mulher tinha em mãos  um folheto com o nome de apenas um candidato a deputado estadual. Sentou-se na cabine e  votou somente nele. Nos outros candidatos ela não sabia votar.! O pessoal da mesa,  tentou ajudá-la  deu-lhe  um caderno  no qual consta o número e o nome de todos os candidatos, mas mesmo assim ela não soube votar!  Seu voto foi anulado! Seu voto inconsiente foi anulado!
Voltei para casa pensativa e  pisando nas calçadas cheias de caras, cheias de números, cheias de partidos, cheias de dentes, e cheia de risos. Juro que não pisava firme, muito pelo contrário, eu ia na ponta dos pés, assim como fazem as bailarinas, era  medo, talvez , que aquelas caras se materializassem e descobrissem o que eu pensava de cada  uma. Deus me livre! não vou confessar, não devo!...Fiquei pensando ainda  na forma dos políticos  fazerem política, (desculpem a redundância ) pois os  seus interesses estão sempre acima dos interesses de cada cidadão votante. Isso é politica no sentido lato da palavra? Juro que não é preciso ler J.Jacques Rousseau, Platão e outros, para saber!

Certamente, mais tarde, a mídia televisiva vai entar no ar e fazer o seu espetáculo sobre o resultado das eleições no pais inteiro." Hoje tem espetáculo? Tem sim, senhor. Oito horas da noite? Tem sim, senhor."
Gente! por hoje, basta! Até breve.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A Polis nossa de cada dia !

Muitas vezes achamos que não cabe a nós a responsabilidade pelo que acontece no nosso bairro, na cidade, no país.Afinal,  o que podemos fazer?  Não somos políticos;  é a tais homens eleitos pelo povo, que compete resolver os problemas.. Em nenhum momento nos perguntamos: se nos tivesssemos reunido com outras pessoas para discutir os problemas que nos afetam, se nos tivesemos rebelado de alguma forma, esses fatos estariam acontecendo? Como interferir? Como atuar para mudar essa realidade tão dura?
Essas questões envolvem outra, mais ampla: o que  é Política?

Se a política faz parte de nossa vida, estando presente em todas as relações sociais, por que essa forma de vivência não é consciente em nosso cotidiano? Por que a participação politica do individuo  é tão limitada?
O resultado disso é um acostumar-se às situações agressivas, às condições subumanas de vida, à exploração do trabalho, que vai, pouco a pouco apagando a sensibilidade e  paralisando  as reações de inconformismo.Sobre essa naturalização das ações sociais, o dramaturgio e poeta alemão  Bertolt Brecht  nos dá uma lição;
                                "Nós vos pedimos com insistência;
                                 Não digam nunca: isso é natural!!
                                 Diante dos acontecimentos de cada dia,
                                 Numa época que reina a confusão,
                                 Em que corre sangue,
                                 Em que o arbitrário tem força de lei,
                                 Em que a humanidade se desumaniza,
                                 Não digam nunca: isso é natural!!
                                 Para que não passe a ser imutável! "
Sabemos que o voto é um instrumento importante, embora limitado, de participação política. Lamentamos que diante da apatia politica, pode tornar-se um simples ritual legitimador de uma "elite" de picaretas no poder. Existem, sim, outras maneiras de participar na vida cotidiana.

O aprendizado politico se faz nos pequenos espaços sociais, pelo relacionamento diário com os outros, onde se aprende a conviver e respeitar as diferenças.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A tradição não pode morrer....

São Cosme mandou fazer
Uma camisinha azul
No dia da festa dele
São Cosme quer Carurú



É em homenagem a estes dois santos gêmeos que se come o melhor carurú da Bahia, durante o mês de Setembro. É o chamado carurú de Dois-Dois. Segundo a tradição, em toda casa onde há gêmeos, realizam-se grandes festanças, com caruarú muito e gostoso.Independente do poder aquisitivo, o dono da casa tem por obrigação fazer, sendo muitas vezes ajudados por seus vizinhos.
Já tive oportunidade de participar de muitos destes carurús onde comeram 50 até 100 convidados. Conforme reza a tradição, nestes dias de festas, o carurú é comido de duas maneiras. Com ritual para os meninos e à vontade para os grandes. A dona da casa, convida neste dia todos os garotos da redondeza para comerem o carurú em sua casa. No chão, sobre uma toalha brança e rendada,  é colocado um alguidar com o carurú. Todos os meninos, comem naquele mesmo  alguidar enquanto os assistentes, adultos, batem palmas e cantam compassadamente:São Cosme mandou fazer/ Uma camisinha azul/No dia da festa dele/ São Cosme quer Caruru.

Esta iniciado o grande carurú. Durante todo o almoço dos meninos, são cantados versos em  seu louvor: Depois de terminado o carurú da garotada, inicia-se então o dos convidados. Mas o carurú de São Cosme e São Damião, não se realiza somente na casa onde há gêmeos. No dia dos dois santos,  27 de setembro, come-se um bom carurú em qualquer casa de familia baiana. E para não morrer a tradição, toda vez que uma dona de casa prepara um carurú, deixa sempre sete quiabos inteiros, que são servidos assim. No prato do convidado que um daqueles quiabos cair, este será obrigado no ano seguinte a preparar um  carurú idêntico ao que está comendo. Assim, estes dois santos camaradas, são motivo para que toda dona de casa ou quituteira baiana se esmere no preparo do carurú. O verdadeiro caruru, o caruru fiel a tradição da cozinha baiana ,oferece aos convidados uma mesa grande na qual  pode-se escolher diversas iguarias para que cada um  faça  o seu prato. assim: : Carurú, Vatapá , Feijão Preto,  Feijão Fradinho, Milho branco, Arroz de Haussa,  Inhame, Pipoca, Coco seco cortado em tiras, Banana da Terra  cortada em tiras e frita, Xinxin de Galinha, Acarajé, Abará e Farrofa de Dendê. Para beber uma deliciosa infusão de abacaxi feita com a casca também que se chama Aluá. Esse Aluá  geladinho é dos deuses e ajuda, com certeza absoluta,  a digestão depois da comilança. Eu acredito de não esqueci nenhum detalhe.
Só resta agora esperar o próximo ano, o próximo setembro dia 27 para comer o caruru dos  santos meninos, Cosme e Damião.
"Ou Bahia ai, ai, Bahia que não me sai do pensamento, ai, ai! "
.

domingo, 26 de setembro de 2010

Nossas escolhas.........

O Flavio Gikovate é  médico psiquiatra, psicoterapeuta e escritor, é também conferencista, atuando em eventos dirigidos ao público em geral, como também naqueles voltados a quadros gerenciais e profissionais de psicologia de diferentes especialidades médicas.  Ele é brilhante! recentemente eu o vi atuando na novela Passione que a Rede Globe exibe, diariamente, às 21.00hrs. Flávio não é, ali, um ator, é ele um psicológo mesmo, um terapeuta mesmo , que ouve as queixas do paciente- personagem que tem um problema gravissimo de compotamente social. A combinação de segredo da narrativa não nos permitiu ainda saber a " verdade verdadeira" que atormenta o belo Gerson.
O trabalho do Gikovate , sem sombra de dúvida , é excelente, os seus livros  prendem à  nossa atenção  pela sua  capacidade  de argumentar sobre temas complexo com palavras não  tão complexas. Eu escolhi  então um texto  dele,  muito interessante, para postar aqui. Vamos lá....
 O Grito de Edvard Munch


O medo da solidão e do desamparo sempre foi maior do que a vontade -  presente em todos nós - de viver de acordo com nossas convicções. Isso, na prática, significa uma enorme tendência para  a submissão  aos regulamentos próprios de uma dada sociedade, coisa que até há muito pouco tempo não era nem mesmo questionada e determinava uma brutal e ilógica  tendência homogeneizadora  dos modos de viver. Tendência  ilógica porque nós somos criaturas essencialmente  diferentes umas das outras, tanto  na forma  como pensamos sobre a vida, como também quanto aos nossos gostos e preferências de todo tipo.  Se somos todos diferentes ( e isso me parece uma verdade indiscutível, visível, mesmo a olho nu)
não há porque tenhamos de viver do mesmo modo. Não se justifica que tenhamos de nos casar, e numa determinada idade, nao é obrigatório querer ter filhos ( nem mesmo as mulheres , supostamente portadoras de um "instinto maternal"), nada nos impediria de não termos ambições materiais e não querermos " subir na vida", etc.
In. Novos tempos, novas regras.

Para mim o grande discurso aqui, posto em evidência, é  - o medo da solidão e do desamparo que muitos  vezes , nós  leva a fazer escolhas erradas, ou melhor inadequadas. Pois é! espero que vocês comentem, comentem sem moderação. Até breve minha gente!

sábado, 11 de setembro de 2010

Dias de dolce vita............

Ultimamente, eu tenho pensado muito, falado muito e escrito pouco! é que as vezes eu prefiro pensar, falar, ouvir.Será que dizendo isso justifico minha ausência daqui? Claro que não!. Todo mundo que me conhece sabe  o tanto quanto eu gosto de um belo discurso, de mesas redondas, quadradas, seja lá qual for. O Bom é conversar, trocar ideias. Construir  projetos, desconstruir projetos. É bom sair sem compromisso pela cidade, bisbilhotando aqui, ali e constatando o tanto quanto viver é belo apesar dos pesares.

No últimos dias que antecederam ao feriado de sete de setembro, sai com uns amigos queridissimos que vieram visitar a  velha e nova Salvador, fizemos uma devassa  na cidade. estavamos muito felizes, pois estavamos juntos festejando a alegria de ser feliz, celebrando a amizade.. É claro que a máquina digital ,que eu acho horrivel, passava de mão em mão, todo mundo querendo o seu melhor close sua  melhor foto, certamente, para mostrar no seu álbum de recordações.Durante o vai e vem de flashs, lembrei-me de um poema de Cecilia Meirelles que se chama :

Encomenda
"Desejo uma fotografia como esta/ o senhor vê?/ como esta/ em que para sempre me ria/ com um vestido de eterna festa./ Como tenho a testa sombria/derrame luz na minha testa/ Deixe esta ruga , que me empresta/ um certo ar de sabedoria./Não meta fundos de floresta/ nem de arbitraria fantasia.../ Não...Neste espaço que ainda resta/ ponha uma cadeira vazia"  Uaua! Cecilia...
Os dias de doce vida se foram, nos  restou, entre despedidas, saudades de um passado tão recente....e já tão distante...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O e-mail que Mari enviou...

Com Julia Roberts e Javier Bardem, Comer, Rezar, Amar

Hoje,  eu  recebi um e-mail de Mari, de Mariana a quem chamo carinhosamente de Mari .Ela me contou que está lendo de Elizabth Gilbert  - Comer, Rezar , Amar. Não, Mari eu ainda não li o livro,mas eu já soube que é uma leitura ideal para quem tem " fobia de casamento" dizem também que já totalizou 8,5 milhões de exemplares vendidos, 500.000 dos quais no Brasil !  Parece que  fobia de casamento  é uma constante na vida de muita gente, independente da  idade... Dizer o "Sim" e  o " até que a morte nos separe " é uma jura  que tem um eco duro e pomposo demais para muitos ouvidos!,
Eu sempre me perguntei: Qual morte? a morte fisica? a morte dos sonhos? a morte do respeito? da admiração? a morte da capacidade de discordar sem desrespeitar?
Eu confesso que continuo fiel a crença nas armadilhas do " eu caso, tu casas, ele casa, nos casamos - eu casarei, tu casaste, ele casou." Afinal, o discurso sobre as possibilidades e impossibilidades do viver a dois, Mari, vai sempre continuar e incomodar,  aos 20, aos 30,aos, 40, aos 50 anos, até que o tempo....
Comer, Rezar, Amar são  três verbos terminados em Ar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Os Provérbios que vóvó, papai e mamãe diziam................................


Eu adoro os Provérbios! eles são, sem sombra de dúvida, as expressões que se mantem imutáveis através dos anos, e constituem uma parte importantissima da nossa cultura. E eu deixo aqui apenas alguns muito interessantes.

1. "Há três coisas que jamais voltam: a flecha lançada, a palavra dita,  e a oportunidade perdida"

2.Não pressione demais o covarde que ele vira  valente"

3."A vida é para quem topa qualquer parada, e não para quem pára em qualquer topada"

A moral que eles encerram vale a pena comentar não é?

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Rosa estúpida e inválida

...Querendo de imediato a rendição incondicional dos japoneses e talvez  pretendendo mostrar ao mundo o incrível poderio bélico dos Estados Unidos da America do Norte, o presidente Truman,  de forma dramática e radical manda jogar sobre Hiroxima uma arma desconhecida e impressionante - a bomba atômica.  A 6 de agosto, a primeira bomba atômica é atirada sobre seres humanos e três dias depois, outra bomba é jogada sobre Nagasaki. O homem, pela primeira vez na história, mostrava possuir o poder até então somente atribuido aos deuses.

O espetáculo  posterior à queda das bombas desafia o fantástico. As impressões colhidas de sobreviventes revelam um cenário assustador. Meu  Deus! Com os ossos à   mostra, as vítimas, capazes de se moverem, procuravam familiares entre os escombros, sem, porém, reconhecê-los. Os que podiam caminhar dirigiam-se, em silêncio,à procura de água. Muito maior, porém, que a dor física e o desespero da destruição total de duas cidades, foi a destruição da consciência humana de quem sobreviveu a Hiroxima e Nagasaki.

Hiroxima e Nagasaki não podem ser esquecidas, e  nosso querido poeta Vinicius de Moraes  nos  deixou  um sinal de alerta que diz assim:

 Rosa de Hiroxima
Pensem nas crianças mudas, telepáticas 
Pensem nas meninas cegas, inexatas
Pensem nas mulheres rotas, alteradas
Pensem nas feridas como rosas cálidas
Mas só não se esqueça da rosa, da rosa
Da rosa de Hiroxima, rosa hereditária
A rosa radioativa estúpida e inválida
A rosa com cirrose a anti-rosa atômica
 Sem cor sem perfume sem rosa, sem nada.
..........................
Meus queridos seguidores, comentem sem moderação.

sábado, 17 de julho de 2010

Como é que pode?

Eu considero Carlos Drumond de Andrade, um dos maiores poetas brasileiros do século XX, viveu sua vida e  construiu sua obra preocupado em ver o mundo em seu redor - porque, para ele, essa era a função do poeta.

Nascido em Itabira do Mato Dentro, Minas Gerais,  Em 1916, interno em um colégio de Belo Horizonte, lembrava-se de Itabira, " de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes", a cidade mineira famosa por suas reservas naturais de ferro. Doente, no colégio, foi obrigado a retornar a Itabira, onde teve aulas particulares. Em 1918, foi novamente para o internato - dessa vez em Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro.


Aluno destacado, foi, no entanto, expulso do colégio, por uma razão estranhissima alegada pelo professor de português: Drummond era um insubordinado mental. O motivo alegado prendia-se ao fato de que o indisciplinado aluno era, entretanto,um anarquista mental e não poderia conviver normalmente com os colegas.
É inacreditável esta história! como é  dificil ser difrente, pensar diferente, ver um mundo de maneira diferente!

Pobre professor! Mas tenho certeza que não foi em sua homenagem que Drummond escreveu:

No Meio do Caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio  do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas  tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra

terça-feira, 13 de julho de 2010

Encenação do espetáculo!

Pensando bem, a palavra espetáculo lembra esta chula de palhaço que faz parte das cantigas populares deste nosso " Brasilzão". Hoje tem espetáculo.

Hoje tem espetáculo?
Tem, sim sinhô
É as oito da noite?
É,sim sinhô
Hoje tem marmelada?
Tem, sim sinhô
Hoje tem goiabada?
Tem,. sim sinhô
É de noite? É de dia?
É, sim sinhô
(...)
E o palhaço, o que é?
É ladrão de mulher
E o palhaço o que é?


Eu andei  relendo, recentemente, de Guy Debord ,  Sociedade do Espetáculo (Comentários sobre a sociedade do espetáculo) ed.Contraponto.Rio de Janeiro 2000, e recomendo, principalmente, aos queridos alunos que gostam de fazer bonito na sala de aula durante os seminários.
Guy  Debord  faz ai uma critica ferrenha a sociedade, moderna, tecnológica, neste contexto, de espetacularização da vida humana , em que os veículos de comunicação , em particular a tv, são os maiores instrumentos de encenação de espetáculo.

O espetáculo, diz Guy - "consiste na multiplicação de icones e imagens, principalmente através dos meios de comunicação de massa  (rádio, cinema, jornais e tv) mas também dos rituais politicos, personalidades, gurus, mensagens publicitárias - tudo transmite uma sensação de permanente aventura, felicidade, grandiosidade e ousadia".Os meios de comunicação de massa diz Debord - são apenas a manifestção superficial mais esmagadora da sociedade espetáculo, que faz do individuo um ser infeliz, anônimo e solitário em meio a massa de consumidores"

Para mim, a " sociedade do espetáculo " é uma sofisticadissima  chula de palhaço! Concordam ou não?

Hoje tem espetáculo?
Tem, sim sinhô
É de noite? É de dia?
É, sim sinhô
E o palhaço, o que é?
É ladrão de mulher.

domingo, 11 de julho de 2010

Andar com fé eu vou, nós vamos.

"Andar com fé eu vou. A fé não costuma faiá! Eu gosto muito desta  maneira de Gilberto Gil falar de fé e eu creio piamente que é preciso andar pela vida com fé.
Hoje,  recebi por e-mail,de uma  boa amiga, a seguinte mensagem de Emmanuel (Chico Xavier) Vejam :

"Quando estiveres sob  o eclipse total da esperança, não te deixes vencer pela sombra. Segue adiante, fazendo o bem que possas. É possivel que pedras e espinhos te firam na estrada, quando estejas tateando na escuridão. Conserva, porém, a serenidade e a coragem, porque os agentes contrários a tua marcha são elementos que analisam as conquistas de humildade e paciência.
Sofre, mas serve e segue. Se te falharam todos os recursos de proteção do mundo, não te esqueças de que tens contigo a escora infalivel de  Deus."(Emmanuel)

Conservar a serenidade e a coragem diante dos momentos dificieis da vida  não é fácil, mas é  a única saida para ultrapassar  as pedras do  caminho. Resolvi compartilhar com vocês a mensagem de Emmanuel por entender que ela é um alento para  mim, para você, para todo mundo não é?
Abraços e até outra vez...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Bahia de Todos os Santos e o 2 de Julho

Jorge Amado, nosso amado Jorge descreve assim , em  Bahia de Todos os Santos a festança do 2 de julho. 

"Foi um Dois de Julho", se diz na Bahia quando se faz referência a uma coisa notável ou grande ou barulhenta ou grandiosa .As festas do Dois de Julho tem um caráter civico e patriótico que não lhes tolda a graça popular. Comemora-se a data da entrada triunfante dos exércitos libertadores na  capital em 1823.

A Cabocla

Da Lapinha  parte o préstito conduzindo as carretas com o Caboclo e a Cabocla, puxados pelo povo. Bandos representando  os batalhões patrióticos que lutaram pela independência acompanham o  préstito. Toda a gente veste roupa branca neste dia e usa braçadeiras verde e amarelas. Nas lapelas e nos obrigatórios chapéus de palha quebrados de lado usam-se folhas de cróton também verde -amarelas.

O  préstito faz o percurso histórico do Exército Libertador.  Lapinha, Soledade, São José, Perdões, Rua 15 Mistérios, Conceição do Boqueirão, Cruz do Pascoal, Rua do Carmo, Pelourinho, Portas do Carmo, Terreiro, chegando por fim ao Largo da Sé onde o Caboclo e a Cabocla demoram numa barraca onde o povo os admira. Cosme de Faria faz um discurso.

A tarde o cortejo ruma para o Campo Grande, onde no monumento ao Caboclo há uma cerimônia cívica. É um dia alegre, muito baiano na sua jovialidade e no seu culto à liberdade. Há um verso muito repetido sobre o Dois de Julho que diz que o sol de Dois de Julho  brilha mais que o de primeiro. A verdade, porém, é que quase sempre chove. ( In.Bahia de Todos os Santos.pg.156./14ed )

A festa de 2 de Julho já foi assim, como se diz hoje: "já era" muito pouco desta descrição festiva restou. Este ano o sol não brilhou nem no primeiro nem no segundo dia, e os politicos desfilavam sob a chuva terrível fazendo caras e muitas bocas para o povo nas ruas e para os repórteres que tentavam fazer a cobertura da festa. Confesso que vi tudo pela televisão confortavelmente instalada. elogiei a postura e a elegância dos oficiais e outras patentes  da marinha, aeronática e exército, belos e garbosos sob a chuva! Entendi que o militar é superior ao tempo!... Este ano teve um agravante, o Brasil perdeu o jogo e o Hexa também " já era" .Havia um certo temor nos organizadores das solenidades que o Brasil ganhasse O JOGO  e assim as manifestaçções "copistas" (de copo, não de copa) ofuscassem mais ainda o brilho do 2 de Julho. "Triste Bahia. Oh! quão desemelhante" já dizia o Boca do Inferno- Gregório de Mattos  Guerra e  a época era o  quinhentismo, viu!
Prometo voltar com o tema "Bahia de Todos os Santos".
Espero que comentem como sempre, sem moderação.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

E agora José (Saramago) ?

José Saramago
"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia .Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objetivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objetivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem idéias não vamos a parte nenhuma" Ele disse.

Saramago saiu de cena hoje! que pena!  Ele faz parte da chamada "Geração de Abril"  isto é, prosadores que se manifestaram mais expressivamente a partir da Revoluçao dos Cravos, em 25 de abril de1974. Saramago, particularmente, é um escritor profundamente admirado no meio acadêmico do Brasil e  a  premiação como Nobel de Literatura aumentou ainda mais sua popularidade aqui.
O modo de narrar de Saramago é objeto de controvérsia. Muitos criticos literários o acusam de possuir um estilo pretenciosamente dificil, confesso que não concordo com o "pretenciosamente".

O tempo, hoje,  calou a sua voz, agora já não escreverá sobre as grandes questões do ser humano, agora  já nao fará alegorias para retratar a cegueira dos homens e seu " Ensaio sobre a Cequeira " ficará entre nós como um imenso sinal de alerta.
"Acho que na sociedade atual  nos falta filosofia.. FILOSOFIA...."

Pois é!. Pensem, pensem e comentem "sem moderação". Até.....

quarta-feira, 16 de junho de 2010

" Ama com fé e orgulho a terra em nasceste, criança"


A Copa do Mundo é o momento! E o  povo brasileiro aproveita para demostrar de maneira alucinada o seu amor pela pátria amada, Brasil. Todo mundo se veste de verde e amarelo, pinta as ruas, pinta a cara, coloca a  bandeira  no peito, na janela, no carro na varanda. Todo mundo fica eufórico, e o sentimento nacionalista  domina o povo de norte a sul  e eu me lembro de Olavo Bilac, o mais conhecido  dos  nossos poetas  parnasianos, que se dedicava a fazer poesia e  percorrer o Brasil  fazendo conferências em favor do Serviço Militar. Mas, aqui para nós,  falando sério, o poema "A Pátria"  de Bilac é um hino de amor a terra  brasileira.

"Ama com Fé e orgulho a terra em que nasceste  criança . Não verás nenhum  pais como este." E o Brasileiro apesar de todas as mazelas sabe disto."Olha que mar que rios que florestas" e o olho da usura de outros paises, considerados de primeiro mundo,  também sabe disto......... Eu queria que  o povo brasileiro soubesse traduzir este amor  em reivindicações para que os filhos deste solo fossem profissionais mais qualificados, mais educados,  e pudessem então desfrutar de  uma vida mais confortável tendo não apenas uma toca para morar , e migalhas para comer. O discurso parece velho, aliás é muito velho mas não pode morrer. Espero que, um dia,com liceça de Osório Duque Estrada " o  penhor desta igualdade consigamos conquistar com braço forte " :
Pensem e comentem " sem moderação"

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Hoje, apenas um pouco de Friedrich......

"Esta vida que vives agora e que já viveste, deveras vivê-la mais uma vez e inumeráveis vezes ainda: e não haverá nada de novo nela, mas cada dor, cada prazer, cada pensamento e cada suspiro, e tudo que existe de indizivelmente pequeno e grande na sua vida deverá retornar a ti " . Friedrich Nietzsche (1844-1900)

Leiam e  comentem "sem moderação"

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A Velha Mania

Mania é coisa que a gente tem e sabe o porquê...E eu continuo com a minha mania de entrar em sebos, sim! aquele lugar que vende uma porção de livros usados, descartados, que geralmente pertenceram  a alguém que amava livros e já não pode tê-los  por tantos motivos que não quero nem pensar. Aqueles livros com dedicatórias que um dia alguém deu de presente para alguém, aqueles cheios de anotações nas páginas, denunciando, assim uma tentativa de intimidade entre o leitor e o escritor.  Isso é bom e eu adoro!
Numa dessas andanças encontrei um livro que  reteve a minha atenção entre tantos outros.Em primeiro lugar, a capa ilustrada por uma gravura que me lembrou a pintura  de Caravaggio, pela cor, pela luz, pela sombra e pela própria representação da imagem de um menino sentado ao chão entre farelos de pão e alguma frutas quase apodrecidas.Em segundo lugar pelo seu nome " Os  Filhos de Caim". Nossa! quem são os filhos de Caim ? quem são?.
Levei o livro para casa, estava cheia de curiosiadade. A preciosidade é escrita por Bronislaw Geremek. e  tem 408 páginas. Confesso que não as li em breve tempo, apesar das inúmeras ilustrações. O livro é muito impressionante, B.Geremek analisa as representações dos pobres na literatura européia do século XV ao XVII. O resultado é uma viagem ao imaginário do submundo medieval e moderno do qual emerge a figura mutante  - e atualissima do excluido social .Sinceramente, é uma viagem que vale a pena fazer.B.Geremek


analisa as diferentes imagens que o marginal adquire de acordo com as condições locais. Paralelamente,ele  traz á tona um volume imenso de informações no que concerne ao universo  interno dos vagabundos, miseráveis, prostitutas, revelando o funcionamento de suas " coorporações de mendigos," companhia de bandidos" suas hierarquias, técnicas de furto e mendicância. É isso..........

domingo, 30 de maio de 2010

O Quinto Prêmio Bravo!

Maravilhoso! Chico Buarque  concorreu e venceu na categoria Literatura por Leite Derramado.
Quando ele chegou eram 20h.50, à sala São Paulo na  segunda-feira, vinte e seis do dez, próximo passado..No palco, Chico foi super aplaudido, timidamente agradeceu à Revista Bravo! e aos seus editores e sorriu com aquele sorriso, e nos olhou com aqueles "olhos nos olhos" de ardósia ou de esmeralda, quem sabe!
Acredite!o melhor da produção cultural brasileira estava lá :Artes Plásticas, Cinema, Dança, Literatura, Música Erudita, Música Popular, Teatro e outras.

O Lázaro Ramos - Ó Paí Ó - foi o mestre de cerimônias, e que mestre! O Jair Rodrigues  arrasou cantando Disparada - "prepare o seu coração para as coisas que eu vou contar / eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar.Aprendi a dizer não,ver a morte sem chorar..." a pláteia, visivelmente emocionada (certamente lembrando do Geraldo Vandré) aplaudiu e  aplaudiu. Lázaro Ramos, Tom Zé ( São S.Paulo ) os baianos "sangue bom" estavam ali representando nossa baianidade nagô.

Enfim, O Leite Derramado, valeu Chico! "Qualquer coisa que eu recorde agora vai doer, a memória é  uma vasta ferida"* Valeu Chico, valeu.


*In.Leite Derramado.pg.10.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Livros - O Sétimo Unicórnio e O Preço da Paz

O Sétimo  Unicórnio
A história se passa em Paris e nos arredores de Lyon, sul da França. Alex Pellier é uma jovem de 30 anos, curadora do Museu Nacional da Idade Média, o Thermes de Cluny. Especialista em História da Arte, ela é convidada a examinar uma extensa biblioteca, à procura de manuscritos do século XIII e antigas tapeçarias. E descobre que pode existir uma sétima  e desconhecida peça da série A Dama e o Unicórnio, que está exposta no museu em que trabalha. A descoberta leva Alex a desvendar uma série de mistérios e reencontrar um grande amor. Vale a pena navegar nas páginas do Sétimo Unicórnio. O autor é Kelly Jones e a Editora é Mercuryo / Novo Tempo.

O Preço da Paz
Nestes tempos em que os programas de Tv, como Fantástico e Globo  Repórter, as novelas Alma Gêmea, Escrito Nas Estrelas e o  filme Chico Xavier estão falando tanto sobre vidas passadas e espiritualidade, chega as livrarias o sétimo romance de Marcelo Cezar (ditado por Marco Aurélio), que fala de sonhos, ideais, desejos e expectativas ilusórias, que precisam ser obtidas a qualquer custo, e o preço que é preciso pagar para, enfim, encontrar a paz e o verdadeiro gosto de viver. Um livro que nos faz questionar se realmente vale a pena utilizar meios ilícitos para obter sucesso. A Editora é Vida & Consciência. Leia....

domingo, 23 de maio de 2010

Chove sobre Salvador e é domingo!

Hoje,amanheceu chovendo demais, através da cortina da sala eu notei que nas ruas não havia muito movimento de pessoas. O relógio da sala marcava seis horas e quinze minutos, mesmo assim eu vi passar uns atletas de fim de semana correndo em direção ao Parque da Cidade..Hoje é domingo!domingo no parque.
Eu tenho um relógio interno que me desperta cedo qualquer dia da semana. Liguei a televisão,  no volume minimo,  e voltei para cama cheia de preguiça.e cheia de vontade de tomar café extra- forte. Pensei em ficar em casa comigo. Faz tanto tempo que eu não ouço os meus CDs.! Lá na estante estavam eles saudosos de mim, creio.Escolhi Jean Michel Jarre e  Astor Piazzola, sendo assim me reporto a França e a Santiago do Chile  ouvindo " Il pleut Sur Santiago".Ouvir música e arrumar os livros, arrumar  as gavetas ou melhor revirar as gavetas, todas...
é uma boa escolha para um domingo chuvoso e saudoso. Relembro agora das palavras do Fernando Pessoa, um dos meus favoritos:

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos,que nos levam sempre aos mesmos lugares. É tempo da travessia: e, se não ousamos fazê-lo, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos" Até breve...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Vá ao Palácio das Artes. Vá ver Rodin!


Gente! sem sombra de dúvida Auguste Rodin foi a mais alta expressão da estatutária do século XIX. Pela concepção, pela execução, pelo lirismo o mestre totalizou e reviveu o mundo plástico da Grécia e da Renascença italiana. Nasceu em Paris. Aos 14 anos ele entrou para a Escola de Artes Decorativas. Depois, passou a viver e esculpir por sete anos na Bélgica, onde se identificou com a obra do estatutário  belga Constantino Meunier. De regresso a Paris, curioso e vigilante, Rodin fez um curso de desenho no Museum de Paris. Imaginem! Por três vezes não foi admitido na Escola Nacional de Belas Artes. Entretanto, seu grande desejo era visitar a Itália e conhecer, ver de perto, as obras dos mestres da Renascença, seguiu para Florença. As maiores emoções e influências recebidas por Rodin  foram das obras de Miguelangelo e Donatello. De regresso  a Paris, realizou  a sua primeira exposição.Com a exibição do  "Homem do Nariz Quebrado",em 1864, criou celeuma e foi severamente criticado.O naturalismo que o dominava levantou revolta no conjunto das teorias da época.Como as críticas o estimulassem, expôs a famosa " Idade do Bronze", como uma espécie de desafio.
Vá ver Rodin! Ele está lá na antiga  casa do Comendador Bernardo Martins Catarino, na Rua da Graça, hoje o Palácio das Artes -  Museu Rodin - Bahia.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Quanto tempo! pois é!...Quanto tempo!

Minha gente, faz muito tempo que eu não não consigo entrar aqui para comentar os acontecimentos. Tenha certeza que alguns textos estão  na gaveta, prontos e  adormecidos. Na verdade, esta história de Blog é uma aventura muito nova para mim.Confesso que muitas vezes pensei em deixar palavras e palavras só  na minha cabeça ou no meu caderno ou na gaveta. Ja visitei alguns blogs e..hum! Confesso que detesto blog de gente que conta as mazelas da vida, simplesmente por contar.Contar as mazelas da vida fazendo literatura, deixando o eu lirico falar, assim pode ser que valha a  pena, pode ser..... quem sabe? talvez...Todo mundo viu que inaugurei meu espaço acompanhada por Fernando Pessoa, e hoje estou reinaugurando e  recomendando, do escritor Wesley Barbosa Correa, o livro " Pausa para um beijo e outros poemas" publicado pela Gráfica e Editora Nova Civilização Ltda. A poesia dele é de uma ternura comovente. Leia! certamente vocês vão gostar.Até breve! parece que aqui é um bom lugar...

"O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou altera no sentido de lhes dar outro aspecto"(Machado de Assis.In Isau e Jacó)