sexta-feira, 18 de junho de 2010

E agora José (Saramago) ?

José Saramago
"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia .Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objetivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objetivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem idéias não vamos a parte nenhuma" Ele disse.

Saramago saiu de cena hoje! que pena!  Ele faz parte da chamada "Geração de Abril"  isto é, prosadores que se manifestaram mais expressivamente a partir da Revoluçao dos Cravos, em 25 de abril de1974. Saramago, particularmente, é um escritor profundamente admirado no meio acadêmico do Brasil e  a  premiação como Nobel de Literatura aumentou ainda mais sua popularidade aqui.
O modo de narrar de Saramago é objeto de controvérsia. Muitos criticos literários o acusam de possuir um estilo pretenciosamente dificil, confesso que não concordo com o "pretenciosamente".

O tempo, hoje,  calou a sua voz, agora já não escreverá sobre as grandes questões do ser humano, agora  já nao fará alegorias para retratar a cegueira dos homens e seu " Ensaio sobre a Cequeira " ficará entre nós como um imenso sinal de alerta.
"Acho que na sociedade atual  nos falta filosofia.. FILOSOFIA...."

Pois é!. Pensem, pensem e comentem "sem moderação". Até.....

quarta-feira, 16 de junho de 2010

" Ama com fé e orgulho a terra em nasceste, criança"


A Copa do Mundo é o momento! E o  povo brasileiro aproveita para demostrar de maneira alucinada o seu amor pela pátria amada, Brasil. Todo mundo se veste de verde e amarelo, pinta as ruas, pinta a cara, coloca a  bandeira  no peito, na janela, no carro na varanda. Todo mundo fica eufórico, e o sentimento nacionalista  domina o povo de norte a sul  e eu me lembro de Olavo Bilac, o mais conhecido  dos  nossos poetas  parnasianos, que se dedicava a fazer poesia e  percorrer o Brasil  fazendo conferências em favor do Serviço Militar. Mas, aqui para nós,  falando sério, o poema "A Pátria"  de Bilac é um hino de amor a terra  brasileira.

"Ama com Fé e orgulho a terra em que nasceste  criança . Não verás nenhum  pais como este." E o Brasileiro apesar de todas as mazelas sabe disto."Olha que mar que rios que florestas" e o olho da usura de outros paises, considerados de primeiro mundo,  também sabe disto......... Eu queria que  o povo brasileiro soubesse traduzir este amor  em reivindicações para que os filhos deste solo fossem profissionais mais qualificados, mais educados,  e pudessem então desfrutar de  uma vida mais confortável tendo não apenas uma toca para morar , e migalhas para comer. O discurso parece velho, aliás é muito velho mas não pode morrer. Espero que, um dia,com liceça de Osório Duque Estrada " o  penhor desta igualdade consigamos conquistar com braço forte " :
Pensem e comentem " sem moderação"

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Hoje, apenas um pouco de Friedrich......

"Esta vida que vives agora e que já viveste, deveras vivê-la mais uma vez e inumeráveis vezes ainda: e não haverá nada de novo nela, mas cada dor, cada prazer, cada pensamento e cada suspiro, e tudo que existe de indizivelmente pequeno e grande na sua vida deverá retornar a ti " . Friedrich Nietzsche (1844-1900)

Leiam e  comentem "sem moderação"

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A Velha Mania

Mania é coisa que a gente tem e sabe o porquê...E eu continuo com a minha mania de entrar em sebos, sim! aquele lugar que vende uma porção de livros usados, descartados, que geralmente pertenceram  a alguém que amava livros e já não pode tê-los  por tantos motivos que não quero nem pensar. Aqueles livros com dedicatórias que um dia alguém deu de presente para alguém, aqueles cheios de anotações nas páginas, denunciando, assim uma tentativa de intimidade entre o leitor e o escritor.  Isso é bom e eu adoro!
Numa dessas andanças encontrei um livro que  reteve a minha atenção entre tantos outros.Em primeiro lugar, a capa ilustrada por uma gravura que me lembrou a pintura  de Caravaggio, pela cor, pela luz, pela sombra e pela própria representação da imagem de um menino sentado ao chão entre farelos de pão e alguma frutas quase apodrecidas.Em segundo lugar pelo seu nome " Os  Filhos de Caim". Nossa! quem são os filhos de Caim ? quem são?.
Levei o livro para casa, estava cheia de curiosiadade. A preciosidade é escrita por Bronislaw Geremek. e  tem 408 páginas. Confesso que não as li em breve tempo, apesar das inúmeras ilustrações. O livro é muito impressionante, B.Geremek analisa as representações dos pobres na literatura européia do século XV ao XVII. O resultado é uma viagem ao imaginário do submundo medieval e moderno do qual emerge a figura mutante  - e atualissima do excluido social .Sinceramente, é uma viagem que vale a pena fazer.B.Geremek


analisa as diferentes imagens que o marginal adquire de acordo com as condições locais. Paralelamente,ele  traz á tona um volume imenso de informações no que concerne ao universo  interno dos vagabundos, miseráveis, prostitutas, revelando o funcionamento de suas " coorporações de mendigos," companhia de bandidos" suas hierarquias, técnicas de furto e mendicância. É isso..........