Eu considero Carlos Drumond de Andrade, um dos maiores poetas brasileiros do século XX, viveu sua vida e construiu sua obra preocupado em ver o mundo em seu redor - porque, para ele, essa era a função do poeta.
Nascido em Itabira do Mato Dentro, Minas Gerais, Em 1916, interno em um colégio de Belo Horizonte, lembrava-se de Itabira, " de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes", a cidade mineira famosa por suas reservas naturais de ferro. Doente, no colégio, foi obrigado a retornar a Itabira, onde teve aulas particulares. Em 1918, foi novamente para o internato - dessa vez em Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro.
Aluno destacado, foi, no entanto, expulso do colégio, por uma razão estranhissima alegada pelo professor de português: Drummond era um insubordinado mental. O motivo alegado prendia-se ao fato de que o indisciplinado aluno era, entretanto,um anarquista mental e não poderia conviver normalmente com os colegas.
É inacreditável esta história! como é dificil ser difrente, pensar diferente, ver um mundo de maneira diferente!Pobre professor! Mas tenho certeza que não foi em sua homenagem que Drummond escreveu:
No Meio do Caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra