sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Valsa da Despedida.....Adeus Ano Velho...Feliz Ano novo

Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo, Que tudo se realize no ano que vai nascer, muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender.

Eu adoro Reveillon! vestir branco, andar pelas praias da minha velha Salvador, ver o pôr do sol na baia de Todos os Santos, ver o balanço das águas e pensar neste eterno vai e vem, neste eterno  retorno....

O dia 1 vai chegar e com ele,  no Porto da Barra,  veremos como sempre a galiota Gratidão do Povo levando o Bom Jesus os Navegantes para fazer seu caminho pelas águas, os marinheiros vão remando e levando até a praia da Boa Viagem! a galiota me lembra um berço suavemente pousado sobre as  águas. Lindo!!!

Hoje eu não estou com muita vontade de escrever, nos veremos no próximo ano, temos muito para conversar. Até mais! Feliz no Novo!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Hoje, apenas um pouco de poesia, um pouco de Drummond.





"Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais : meu amor.
Porque o amor resultou inútil
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco."
(fragmento de " Os Ombros Suportam o Mundo")

É muito mais com a poesia, do que com a prosa, que Drummond se perpetua como o grande escritor brasileiro do século XX.
Com uma linguagem direta ou metafórica, na busca do passado ou do presente, com cenário mineiro ou sem limites geográficos, o que há em Drummond, reunindo seu desencanto, sua ironia, seus temas provincianos e universais, sua objetividade e subjetividade, é um fio aglutinador que podemos caracterizar como sendo a preocupação com o tempo.

Voltar ao passado  e/ ou presente parece ser sua maneira de detectar o futuro. E em toda sua trajetória, a reflexão sobre qualquer tema recai sobre o tempo:

"Tão estranho crescer, adolescer
com alma antiga, carregar as coisas
que não se deixam carregar.
A indelével casa me habitando, impondo
sua lei de defesa contra o tempo."
(fragmento de "A Casa sem Raiz" )

Diante da poesia de Drummond o que  nos resta ? apenas contemplar, pensar, sentir, pensar, sentir e nada mais!