sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Rosa estúpida e inválida

...Querendo de imediato a rendição incondicional dos japoneses e talvez  pretendendo mostrar ao mundo o incrível poderio bélico dos Estados Unidos da America do Norte, o presidente Truman,  de forma dramática e radical manda jogar sobre Hiroxima uma arma desconhecida e impressionante - a bomba atômica.  A 6 de agosto, a primeira bomba atômica é atirada sobre seres humanos e três dias depois, outra bomba é jogada sobre Nagasaki. O homem, pela primeira vez na história, mostrava possuir o poder até então somente atribuido aos deuses.

O espetáculo  posterior à queda das bombas desafia o fantástico. As impressões colhidas de sobreviventes revelam um cenário assustador. Meu  Deus! Com os ossos à   mostra, as vítimas, capazes de se moverem, procuravam familiares entre os escombros, sem, porém, reconhecê-los. Os que podiam caminhar dirigiam-se, em silêncio,à procura de água. Muito maior, porém, que a dor física e o desespero da destruição total de duas cidades, foi a destruição da consciência humana de quem sobreviveu a Hiroxima e Nagasaki.

Hiroxima e Nagasaki não podem ser esquecidas, e  nosso querido poeta Vinicius de Moraes  nos  deixou  um sinal de alerta que diz assim:

 Rosa de Hiroxima
Pensem nas crianças mudas, telepáticas 
Pensem nas meninas cegas, inexatas
Pensem nas mulheres rotas, alteradas
Pensem nas feridas como rosas cálidas
Mas só não se esqueça da rosa, da rosa
Da rosa de Hiroxima, rosa hereditária
A rosa radioativa estúpida e inválida
A rosa com cirrose a anti-rosa atômica
 Sem cor sem perfume sem rosa, sem nada.
..........................
Meus queridos seguidores, comentem sem moderação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário